Natural de Évora, de uma pequena aldeia de nome S. Miguel de Machede, cresceu com os tradicionais sabores da cozinha alentejana. Na sua casa não faltavam pratos bem típicos como as migas, as açordas, as sericaias e os enchidos caseiros feitos pela mãe. Com uma família ligada à restauração, Filipe Rebocho desconsiderava a ideia de seguir essa área até frequentar um curso profissional de cozinha/pastelaria na Escola Profissional da Região Alentejo a fim de completar o ensino básico.
O gosto pelo estudo surgiu na altura em que se viu absorvido pela paixão que ali crescia pelo mundo da cozinha. Rapidamente, tornou-se no estudante da turma com melhor nota nas aulas práticas e a partir daí começou a sua grande aventura no setor. Primeiro com o chefe Tiago Bonito, onde trabalhou no Vilalara Thalassa Resort (Lagoa), na Pousada de Lisboa, no Tivoli Avenida da Liberdade e na Casa da Calçada (Amarante). E, mais tarde, de volta ao Alentejo, onde passou pelo L'and Vineyards e pela Herdade do Esporão.
Em 2020, foi hora de lançar-se a solo e abrir o restaurante Híbrido, em Évora, com o sócio João Narigueta, que tinha conhecido no L’and. Durante dois anos, conseguiu aplicar a sua máxima: trabalhar com ingredientes sazonais e fazê-los brilhar por si só no prato. Afinal, “menos é mais”.
Essa constante procura pela valorização do produto fez com que cruzasse caminho com Anna e David de Brito, donos do Terramay, uma herdade com 562 hectares localizada no Alandroal, com uma quinta com criação de animais e uma horta biológica. Rebocho será o responsável pelo futuro restaurante do projeto que terá também um hotel. O plano será ser o mais autossuficiente possível, um desafio que o cozinheiro mostra-se entusiasmado mas que levará o seu tempo — está prevista uma inauguração dentro de dois a três anos. Até lá, é possível ter uma preview daquele que será o trabalho de Filipe no projeto já este verão, altura em que o Terramay vai abrir um bar numa praia fluvial em Montejuntos, perto da casa-mãe.