Postado em quarta-feira, 12 de abril de 2023 08:41

A recuperação pós-covid do setor do turismo e hotelaria “está longe de estar finalizada”, concluiu o estudo Global Leisure and Hospitality Risk Outlook 2023, da consultora WTW, com cerca de metade das empresas participantes ainda a alguma distância da anterior atividade empresarial.

 

47% das empresas inquiridas constatam uma lacuna de competências “após um êxodo de funcionários do setor”. Já 46% das empresas estão agora mais focadas na melhoria das margens nos próximos dois anos do que no crescimento das vendas, prioritário para apenas um terço.

Mais de metade das empresas (52%) referem que o aumento da concorrência fora do setor é “um dos maiores obstáculos” aos seus objetivos estratégicos; enquanto 70% indicam que a mudança acelerada para o digital “é o maior legado de longo prazo da covid-19”.

Muitos dos hotéis, centros de saúde e bem-estar, atrações, bares e clubes, restaurantes e outras empresas de lazer e hotelaria que participaram neste estudo referem “enfrentar dificuldades relacionadas com a gestão e transferência de risco”, com 44% das empresas a indicarem que as perdas relacionadas com o risco foram “maiores ou muito maiores” do que o esperado nos dois anos anteriores.

Apenas 28% das empresas inquiridas indicaram que a origem dos riscos que enfrentam está sob o seu controlo, enquanto quase três quartos admitem ter falta de dados ou de conhecimento específico para abordar o risco.

Já 59% das empresas medem e monitorizam a sua reputação e 46% acham que o seguro de risco reputacional é necessário (22% dizem que é uma missão crítica); enquanto que 52% dizem que o seu seguro cobre apenas danos à propriedade, mas não o custo da interrupção da atividade se forem forçados a fechar.

“Numa indústria fortemente atingida pela covid-19 e, agora, por uma crise económica global marcada por um contexto inflacionista muito pesado, as empresas no setor sabem que têm de estar preparadas para a incerteza, a volatilidade e a dúvida. A sua recuperação e a aceleração do crescimento dependem da sua capacidade de resposta,” refere Rita André, responsável pela área de Travel & Tourism na WTW Portugal.

“São tempos em que o setor lida com desafios das mais variadas dimensões, nomeadamente o já referido contexto económico, as mudanças nas preferências e hábitos dos clientes, a experiência do colaborador como ferramenta de contratação e retenção, a inovação tecnológica e os riscos associados e as alterações climáticas e de sustentabilidade com um foco muito forte na incorporação dos riscos ESG na agenda dos decisores e nos mapas de risco,” acrescenta.

“Entre os participantes neste estudo, 69% acreditam não possuir a melhor solução de
seguro e de transferência de risco e 56% assumem a falta de informação e de ferramentas
de gestão de risco”, explica a reposável.

A pesquisa foi realizada entre setembro e outubro de 2022 entre mais de 600 CEO’s e gestores de risco, operações ou compliance, em empresas dos setores do lazer e hotelaria em todo o mundo.

 

by TNEWS