Paradigmas à parte
O paradigma do cozinheiro em Portugal é o de um homem branco, com uns 30 anos de idade. Esta afirmação encerra um conjunto de desafios sociais, sendo por isso preciso agir.
Conhecidas as origens históricas das profissões de cozinha, sua organização, composição e modelo; compreendidas as relações do país com o mundo, à falta de expressão mais mansa, face à nossa expansão, revista no espirito mais recente de país aberto integrado na União Europeia; sabendo que a “experiência é a mãe de todas as coisas”;
Porquê?
Porque nos perdemos na ideia de expor o paradigma acima apresentado ?
Que sistema alimentamos que nos impede de destacar o todo, em vez de uma só parte?
Acreditamos que a restauração, com o seu papel na economia do turismo tem um papel. Sabemos que esse papel, pelo emprego gerado, é também social. E o resto?
É possível que a restauração assuma causas e que essas causas possam procurar espelho na sociedade?
Não seria possível, através das cozinhas, pastelarias, salas de restaurante, dar mostras de um desejado país com maior equilíbrio nas questões de género, raça e etárias?
O paradigma do cozinheiro português, ampliado pelos meios de comunicação social, não é real.
Há todo um conjunto de pessoas, homens e mulheres, de diferentes origens e idades que constroem a riqueza da nossa gastronomia.